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terça-feira, 5 de agosto de 2008

E o verde sumiu

Das árvores frutíferas e arbusto de aproximadamente oito metros de altura, restaram apenas alguns pedaços de raízes secas em meio ao barro. A retirada das árvores aconteceu há aproximadamente um mês na avenida P3 no setor P sul de Ceilândia, em frente ao supermercado Veneza, porém, o corte deixou a população indignada.

A remoção seria para construir um estacionamento ao longo da via, que há muito é uma reivindicação dos comerciantes da avenida, mas segundo a reclamação da população, a empresa responsável pela obra do estacionamento cortou as árvores sem consultar a opinião dos moradores. Apesar da construção do estacionamento nas avenidas P2, P3 e P4 ser uma reivindicação, a preservação das árvores do local também era.

Além da reclamação do corte das árvores, a população reclama que o local que foram cortadas não precisava de um estacionamento, uma vez que, já existem dois nos comércios da via. É o que reclama o comerciante, Raimundo Nonato Pessoa, que não tem um estacionamento em frente a sua loja. "Estávamos pedindo um estacionamento ao longo das vias, e não em um local que já existem estacionamentos", reclamou.

Outro pedido dos moradores é que a construção dos estacionamentos seja feito no mesmo modelo no qual foi construído o estacionamento do setor P Norte, há aproximadamente três anos. Lá, todas as árvores foram preservadas para a construção. É o que afirma o prefeito comunitário do P Sul, Fernando Rosa. "A construção do estacionamento é uma reivindicação da própria população. Mas no momento vimos a destruição das árvores ficamos espantados. Fomos até os órgãos responsáveis para parar a derrubada. Agora estamos esperando a conclusão do estacionamento como foi feito no P norte", declarou.

Figos, abacateiros e mangueiras. Tudo foi parar no chão, no local, apenas poeira e um buraco que dar trabalho para os moradores atravessar a via. Boa parte das árvores cortadas foram plantadas pelo comerciante Nilson Carvalho dos Santos, 68 anos, que trabalha no local à aproximadamente 17 anos. "Esse corte foi desnecessário. Eu plantei e reguei muito dessas árvores com o maior carinho, e eles cortaram sem nenhuma cerimônia", reclamou.

Procurada pela reportagem, a administração da cidade informou que a obra não é de dua responsabilidade. Também foram procurados o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama), o Instituto Brasília Ambiental (Ibran), a Secretaria de Obras de DF e a Novacap, essa última respondeu, por meio da assessoria de comunicação, que o corte das árvores era necessário para a construção do estacionamento, e que, as árvores em questão eram nocivas para a cidade. Quanto a conclusão da obra, a Novacap, informou o projeto estria passando por uma nova avaliação para ver a necessidade de retirar novas árvores. Os outros órgãos não souberam informar de quem partiu a autorização para o corte das árvores e qual local exato onde será construído o estacionamento.

Fonte: Tribuna do Brasil

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